A dança e o canto sempre estiveram presentes na vida da gente de Perre, como forma de expressar uma necessidade física, uma forma de ser e estar característica de um povo, um desejo que se eleva da alma, uma manifestação de alegria, associadas, quer ao trabalho do campo, quer às idas e vindas das romarias. De uma forma geral, os cantares aludem ao trabalho agrícola, aos santos padroeiros, ou ao amor. As danças por seu lado, acompanham o ritmo imposto pelos instrumentos; ritmo esse que nesta região do Minho distingue dois tipos de dança: o vira e a chula. Em ambas, os dançarinos descrevem formas graciosas ao ritmo das melodias saídas dos acordeões e dos instrumentos de corda.
De braços bem erguidos, rodopiando a cada passo, homens e mulheres dançam alegremente, procurando reproduzir o mais fielmente possível os passos de antigamente. As cantigas e danças recolhidas eram bailadas de acordo com diferentes situações e tipos de trabalhos agrícolas como: desfolhadas, malhadas, espadeladas, fiadas e dobadas de linho e/ou sachadas de milho. Outras eram próprias de encontros ou ajuntamentos casuais, ou não, de domingos e dias santos, pela tarde, em terreiros e/ou largos da aldeia, ou até mesmo nos adros das capelas onde, em grupos, cantavam e dançavam.